Comparação

A contraproposta é um compromisso apoiado por todos os membros do Conselho Municipal, de todos os partidos. Permitir-nos-á finalmente avançar com esta remodelação há muito esperada. A iniciativa, por outro lado, adopta uma posição dogmática e inflexível que não nos levará a lado nenhum.

A iniciativa reunirá num único local todos os parques de estacionamento do centro da cidade. Os fluxos de tráfego concentrar-se-ão, portanto, neste ponto, aumentando o congestionamento do tráfego. O contra-projeto privilegia uma abordagem descentralizada com várias estruturas mais pequenas.

A construção de um parque de estacionamento subterrâneo com 1 000 lugares implicaria um estaleiro de grandes dimensões durante vários anos, com a passagem de cerca de 10 000 camiões para os trabalhos de escavação. O acesso ao centro da cidade seria gravemente afetado. Durante os trabalhos, apenas 200 lugares seriam mantidos acima do solo na Place d’Armes. O contra-projeto permite prever obras com um impacto reduzido.

A iniciativa não faz sentido do ponto de vista climático. O contra-projeto tem em conta estas questões e visa uma mobilidade sensata e multimodal. Além disso, não se baseia inteiramente na construção subterrânea, que tem uma pegada de carbono muito elevada. Abre caminho a outros tipos de construção, como os silos, que podem ser construídos com materiais sustentáveis (madeira).

O contra-projeto permite conservar uma grande parte das árvores existentes e acrescentar novas árvores para renovar o centro da cidade. Em contrapartida, a construção de um grande parque de estacionamento subterrâneo obrigaria ao abate das árvores da zona e impediria a plantação de árvores no terreno acima da laje.

Com esta iniciativa, todos os lugares de estacionamento no centro da cidade passariam a estar nas mãos de privados. Os custos de estacionamento deixariam de ser controlados pelos órgãos democráticos e passariam a ser concedidos a uma empresa privada que espera um retorno. Os clientes teriam, portanto, de pagar os custos de construção e os lucros do proprietário. A contraproposta permite manter a gestão pública.

O custo de construção de um parque de estacionamento subterrâneo com 1.000 lugares é de cerca de 60 milhões de francos suíços. A cidade não pode suportar este custo e seria obrigada a adjudicar o contrato de construção a um promotor privado. O promotor beneficiaria então das receitas do estacionamento durante 70 anos, o que custaria à cidade 2 milhões de francos suíços por ano, ou seja, quase 140 milhões de francos suíços. A contraproposta prevê opções menos onerosas (manter alguns lugares acima do solo ou criar lugares de estacionamento em silo).

A iniciativa exige que todos os lugares de estacionamento à superfície no centro da cidade sejam integrados num parque de estacionamento subterrâneo. O contrato assinado pela cidade com a Marti-AMAG inclui também requisitos neste sentido. Se o parque de estacionamento de 1000 lugares for construído, não será possível manter os lugares em frente às lojas. O contra-projeto prevê a manutenção de 200 lugares à superfície – na Rue de la Plaine, por exemplo – para além dos 600 lugares subterrâneos.

O projeto preconizado pela iniciativa está condenado ao fracasso. Não está em conformidade com os regulamentos de nível superior e o mesmo projeto já foi considerado não conforme pelas autoridades cantonais. Se a iniciativa for aceite, a reabilitação da Place d’Armes será bloqueada por um processo judicial. A contraproposta tem em conta as exigências do cantão.